As diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho
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27/03/2012 - Eduardo Ferraz*
Pesquisa recente divulgada pela Catho Online revelou que a
participação da mulher no mercado de trabalho está crescendo em diversos
segmentos, inclusive nos cargos de direção em grandes organizações. O estudo
também aponta que, com relação à área de atuação, as mulheres apresentam
maior participação em Recursos Humanos (73%), Educação (62%) e área
Administrativa (60%). Já as áreas de Tecnologia e Industrial/Engenharia, por
sua vez, continuam sendo as áreas com menor índice de atuação feminina, com
16% e 20%, respectivamente.
Existe uma explicação científica para esta diferença tão
grande da presença ou ausência feminina em determinados segmentos de mercado.
Há diversos estudos da neurociência comportamental que comprovam haver
diferenças marcantes entre o cérebro masculino e o cérebro feminino. Para usar
a linguagem, por exemplo, as mulheres utilizam os dois hemisférios cerebrais,
enquanto os homens usam quase somente o esquerdo.
O cérebro feminino é, predominantemente, programado para a
empatia, enquanto o masculino é mais voltado para sistemas de construção e
análise. Em geral, homens se saem melhor em tarefas que envolvem cálculos,
enquanto as mulheres são melhores em habilidades relacionais. As mulheres
normalmente expressam melhor seus sentimentos do que os homens porque a área
do sistema límbico, responsável pelas emoções, é mais desenvolvida nelas.
Elas tendem a resolver seus conflitos com base na negociação, usando a
empatia. Eles preferem se impor pelo poder físico ou hierárquico e serem mais
agressivos nas tomadas de decisão.
Há alguns anos fui contratado por uma empresa com distribuição
nacional, com mais de 600 pontos de vendas, para analisar, entre outras
coisas, os motivos da altíssima rotatividade entre os vendedores – os
concorrentes tinham o mesmo problema. Constatamos que quase 90% das equipes
de vendas eram formadas por homens, e a rotatividade entre eles era quase
três vezes maior quando comparada à das mulheres.
Seria coincidência? Analisamos por meses os perfis, tanto de
clientes como de vendedores. A conclusão foi que o produto dessa empresa
exige muita negociação, pois demanda um projeto especificamente desenvolvido
para cada cliente. O consumidor vai e volta várias vezes antes de definir a
compra. Aparentemente, as mulheres têm mais tolerância e empatia para
enfrentar esse vaivém do comprador.
Aceitam gastar mais tempo com a argumentação técnica (às vezes
uma negociação dessas se estende por meses) e são mais flexíveis para
modificar o projeto quantas vezes o cliente achar necessário.
Após essa constatação, sugeri que os lojistas aumentassem a
proporção de mulheres na equipe comercial. O resultado foi quase imediato.
Além de diminuir a rotatividade, as vendas aumentaram consideravelmente.
Algumas lojas têm hoje 90% de mulheres como vendedoras e com excelente
desempenho.
Não há nada de sexismo nessa constatação, já que algumas
atividades são mais facilmente executadas, física ou mentalmente, por homens;
outras, por mulheres. Esta análise serve apenas para reforçar que a
compreensão da personalidade humana ajuda na melhor utilização de nossas
potencialidades, o que é fundamental para o sucesso pessoal e profissional.
* Eduardo Ferraz é consultor em Gestão de Pessoas e
especialista em treinamentos e consultoria "in company", com
aplicações práticas da Neurociência. Possui mais de 30.000 horas de
experiência em empresas que precisam de diagnósticos e resultados rápidos. É
pós-graduado em Direção de Empresas pelo ISAD PUC-PR e especializado em
Coordenação e Dinâmica de Grupos pela SBDG. Autor do livro “Vencer é ser
Você”, que será lançado em breve pela Editora Gente. Para mais informações,
acesse: www.eduardoferraz.com.br
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terça-feira, 11 de setembro de 2012
As diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho
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