terça-feira, 11 de setembro de 2012

As diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho


As diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho
O cérebro feminino é, predominantemente, programado para a empatia, enquanto o masculino é mais voltado para sistemas de construção e análise
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27/03/2012 - Eduardo Ferraz*
Pesquisa recente divulgada pela Catho Online revelou que a participação da mulher no mercado de trabalho está crescendo em diversos segmentos, inclusive nos cargos de direção em grandes organizações. O estudo também aponta que, com relação à área de atuação, as mulheres apresentam maior participação em Recursos Humanos (73%), Educação (62%) e área Administrativa (60%). Já as áreas de Tecnologia e Industrial/Engenharia, por sua vez, continuam sendo as áreas com menor índice de atuação feminina, com 16% e 20%, respectivamente.
Existe uma explicação científica para esta diferença tão grande da presença ou ausência feminina em determinados segmentos de mercado. Há diversos estudos da neurociência comportamental que comprovam haver diferenças marcantes entre o cérebro masculino e o cérebro feminino. Para usar a linguagem, por exemplo, as mulheres utilizam os dois hemisférios cerebrais, enquanto os homens usam quase somente o esquerdo.
O cérebro feminino é, predominantemente, programado para a empatia, enquanto o masculino é mais voltado para sistemas de construção e análise. Em geral, homens se saem melhor em tarefas que envolvem cálculos, enquanto as mulheres são melhores em habilidades relacionais. As mulheres normalmente expressam melhor seus sentimentos do que os homens porque a área do sistema límbico, responsável pelas emoções, é mais desenvolvida nelas. Elas tendem a resolver seus conflitos com base na negociação, usando a empatia. Eles preferem se impor pelo poder físico ou hierárquico e serem mais agressivos nas tomadas de decisão.
Há alguns anos fui contratado por uma empresa com distribuição nacional, com mais de 600 pontos de vendas, para analisar, entre outras coisas, os motivos da altíssima rotatividade entre os vendedores – os concorrentes tinham o mesmo problema. Constatamos que quase 90% das equipes de vendas eram formadas por homens, e a rotatividade entre eles era quase três vezes maior quando comparada à das mulheres.
Seria coincidência? Analisamos por meses os perfis, tanto de clientes como de vendedores. A conclusão foi que o produto dessa empresa exige muita negociação, pois demanda um projeto especificamente desenvolvido para cada cliente. O consumidor vai e volta várias vezes antes de definir a compra. Aparentemente, as mulheres têm mais tolerância e empatia para enfrentar esse vaivém do comprador.
Aceitam gastar mais tempo com a argumentação técnica (às vezes uma negociação dessas se estende por meses) e são mais flexíveis para modificar o projeto quantas vezes o cliente achar necessário.
Após essa constatação, sugeri que os lojistas aumentassem a proporção de mulheres na equipe comercial. O resultado foi quase imediato. Além de diminuir a rotatividade, as vendas aumentaram consideravelmente. Algumas lojas têm hoje 90% de mulheres como vendedoras e com excelente desempenho.
Não há nada de sexismo nessa constatação, já que algumas atividades são mais facilmente executadas, física ou mentalmente, por homens; outras, por mulheres. Esta análise serve apenas para reforçar que a compreensão da personalidade humana ajuda na melhor utilização de nossas potencialidades, o que é fundamental para o sucesso pessoal e profissional.
* Eduardo Ferraz é consultor em Gestão de Pessoas e especialista em treinamentos e consultoria "in company", com aplicações práticas da Neurociência. Possui mais de 30.000 horas de experiência em empresas que precisam de diagnósticos e resultados rápidos. É pós-graduado em Direção de Empresas pelo ISAD PUC-PR e especializado em Coordenação e Dinâmica de Grupos pela SBDG. Autor do livro “Vencer é ser Você”, que será lançado em breve pela Editora Gente. Para mais informações, acesse: www.eduardoferraz.com.br

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